terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Selo de Qualidade.




Pessoas,

Recebi esse selo super legal dos meus queridos blogueiros @michel_chaves do blog "Nem comento" e @diegofm do blog " FLeA".

e como não tenho o hábito de seguir regras virtuais, repasso não à 15 blogs mas à 10 blogs que eu sigo essa benfeitoria que achei super criativa.

Vamos lá.

Eu & o entendimento Social - http://oentendimento.blogspot.com/ 
Nada é pequeno no amor - http://todagarota01.blogspot.com/
Pensamentos de Grapilho - http://grapilho.blogspot.com/ 


As perguntas respondidas:
Nome: Priscilla.
Uma música: São tantas. Mas ' Medieval II' é a indicada.
Humor: Qualquer tipo, desde besta até negro. Rio por besteira.
Uma cor: Azul
Uma estação: Verão.
Como prefere viajar: Com os amigos sempre é surpreendente.
Um seriado: Tantos. Mas pode ser ' Supernatural' ou 'Damages'.
Frase e/ou palavra mais dita por você: e Porque não?!
O que achou do Selo: Criativo.




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Estilhaços de um discurso amoroso

Terça, 18 de Janeiro
Querido inventor do amor,



Nunca entendi muito bem o amor. E quando eu digo amor é "amor alheio", porque o meu faz todo sentido. O jeito de amar dos outros é o que realmente me intriga. Já vi tanta gente que diz que ama e eu não via esse amor, ele não era palpável como o meu costuma ser. Amor de dizer que é, não representa grande coisa, principalmente numa realidade em que todo mundo "ama" todo mundo.


Amor de sentidos sim, me parece mais real. Amor de paladar, de provar tantos outros amores e escolher um só, o mais gostoso. A visão, que louca, busca um colírio pros olhos e de tanto olhar tem a certeza qual amor é. Amor que ouve, e decora os timbres e facetas de tanto ouvi-lo, faz de alguém sinfonia e não se cansa de repeti-la sempre. O amor de perfumes, ou de apenas cheiro de pele. Aquele que conhece o aroma que sinaliza seu objeto de desejo, que sabe que ele pode ser usado por outras pessoas, mas nunca confunde o que anuncia a chegada de quem se ama. Amor de toque. Aquele de pele, de corpo, de sexo, e porque não seria amor?! É um amor que conhece, que sente, que sabe.


O amor dos outros é platônico, amor sem sentidos, sem reciprocidade. Pode até ser amor, mas eu o desconheço, porque amor correspondido é muito mais satisfatório. Também não entendo amor que abre mão da pessoa amada, que diz que deixa por amor. Como se diz amor algo que não é par?! Esses amores que se escondem atrás de adjetivos minimalistas e bondosos é uma desculpa de quem não que mais amar.


Amores novelescos, que enfrentam impossibilidades são irreais demais pra mim. Amor de verdade não precisa de tanto, é só questão de vontade. E as idas e vindas são sinais de amor, principalmente as voltas. São reafirmações de sentimentos que não morrem. Amor não é amor porque não há um outro sentimento que substitua. Não é paixão que perpetua, afeto e amizade endossadas de tempo e nem desejo súbito e instantâneo. Amor é simplesmente amor, a arte dos encontros, desencontros e reencontros, coisas que sinalizam vontade de ser par, sentimentos que se fazem em uníssono e não só "boca pra fora".


Amor é cacos de vidro, corações partidos, coisas que ficam de propósito. Quando não for isso, é apenas casualidade, mania, vício, não tem nada a ver com amor.


Com (in)dignação,
P.
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domingo, 2 de janeiro de 2011

Mãe.

Domingo, 2 de Janeiro
Querido Leitor,






Minha mãe sempre foi tirana. E ela gostava de praticar isso com a gente. São incontáveis as vezes que ela nos impedira de sair, de viajar com os amigos, de dormir na casa de estranhos, de ficar até altas horas na TV ou no computador. E quando eu perguntava o porquê, ela sempre dizia que era minha mãe e eu tinha que obedecer. Os tempos vão passando e você vai percebendo que mesmo agindo tiranamente, as intenções dela eram boas. Hoje, um pouco mais crescida, ela ainda arruma um jeito de tiranizar um pouco a minha vida, mas sabendo que o principal eu já aprendi.
Nunca fomos amigas. Sempre mantivemos uma relação de mãe e filha, sem muitas afinidades, infelizmente. Mas hoje, devo muito do que eu sou a ela, e as vezes até me surpreendo em como os seus ensinamentos atormentam minha conduta.
Ela era e sempre foi dura na queda. Eu nunca consegui convencê-la a nada. Meu poder persuasivo nunca funcionou. Eu sempre odiei me sentir certa e ao mesmo tempo isso nada adiantar porque ela nunca dera o braço a torcer. Foi isso que a ajudou a crescer no mundo profissional. Ela sempre mantinha a ordem das coisas no trabalho. E era bonito ver o quanto as pessoas a respeitavam e a obedeciam, porque ela sempre tinha certeza do que fazer. Eu nunca dizia o quanto a admirava quando a via dando ordens, mas a verdade é que eu olhava e pensava em ser como ela quando crescesse.
Os excessos de cuidados vinham sempre acompanhados de muita exigência. Éramos obrigadas a fazer serviços domésticos, mesmo com empregada em casa. Eu me lembro que achava tudo aquilo ridículo e desnecessário, porque afinal não precisávamos. O fato é que hoje, fazemos tudo em casa e nos viramos muito bem, graças a isso. Olhando pro passado, vejo que era uma forma em que ela nos ensinava a ser humildes, e saber de tudo um pouco. Com uma mania sobre-humana perfeccionista, tudo que fazíamos podia ser melhorado, e por mais que fizéssemos sempre havia algo mais faltando fazer. Eu sentia muita raiva disso e muitas vezes chorava por nunca conseguir agradá-la por completo. Ela não estava certa, mas nos ensinou a procurar sempre fazer mais, fazer melhor, buscar a perfeição. Eu acabei herdando essa característica, talvez por convívio excessivo.
Ela errou muito na vida, como todo mundo. Eu via isso. Mas sentia que ela procurava lidar com isso, e se esforçava pra se perdoar. Recomeçar. Nunca concordávamos. Era impressionante. Muitas e muitas vezes ela dizia que eu tinha a opinião contrária só pra não parecer com ela. Ela era meu inferno astral, meu empata diversão, meu maior obstáculo e MINHA MÃE. E eu tinha que aprender a lidar com isso. E sei também que pra ela não era fácil lidar com uma adolescente com desejo de liberdade, opiniões próprias e com espírito questionador.
Sempre achei que ela fosse bipolar. Ou de lua. Algo instável demais pra eu entender. Algo além da minha capacidade de entendimento. Eu olhava, parava e pensava o quanto era difícil conviver com ela.
A verdade é que as duas eram orgulhosas demais pra pedir perdão, demonstrar afeto depois de uma briga ou admitir um erro. Mas eu sempre vi, todos esses anos, uma mulher forte, com ideias firmes e muito criativa. E por vezes eu a admirei em silêncio.
Minha mãe sempre teve muitos defeitos. E ainda os tem. E não vai mudar. Eu desisti a algum tempo de tentar entendê-la ou algo parecido. Decidi amá-la pelo que ela é, e aceitar suas decisões. Hoje, eu só tenho a agradecer as coisas que ela me ensinou. Direta ou indiretamente, eu aprendi a crescer com tudo que a vida nos traz, ser forte, vencer. Devo, além da minha vida, o meu aprendizado mais precioso. E só observá-la me ensinou muito. Conviver com ela, brigar, enxugar suas lágrimas e tê-la como mãe tem sido algo que vou guardar pra sempre.
Com Afeição submissa,
P.


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