segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Poema para Vanessa


"Quando, aos 9 anos conheci Vanessa
Ainda tinha olhos grandes, lábios vermelhos e uma timidez constrangedora
Eu ouvi o primeiro “tudo bom?” no primário
Olhei a sorte e respirei
Estava em casa.

Quando, na época das espinhas, era colega de Vanessa
Sentava na primeira carteira, e discutia a evolução humana
Dividíamos trabalhos escolares, idéias revolucionárias, as maiores notas da classe
Eu olhava a sorte e respirava
Não era a única

Quando estava no colegial, reconheci Vanessa
 Ela me apresentou galinhas azuis, arrotos escandalosos, a coletânea de 20 anos de Rock Brasil.
Sentar de perna aberta, falar de dor de barriga, e outras coisas que não se pode dizer em público.
Me apresentou o sentido de ser amigo, de não ter frescura, de ser meio pai, meio irmão.
Eu olhei a sorte e respirei
Tinha uma companheira de aventuras.

Hoje, eu me misturo com Vanessa em uma porção de coisas
Em outras, prefiro deixar só com ela, pra admirar apenas e dar boas risadas.
Divagamos sobre os assuntos complicados, coisas do coração, assunto de mulherzinha, assunto de homem, assunto de vagabundo e de intelectual.
Discutimos MPB, arte moderna, Araucárias, Jorge Amado, Alta da Bolsa, Crise do petróleo, cor de esmalte, capitalismo, futebol, Faroeste Caboclo e outras particularidades como ninguém mais conseguiria.
Hoje, constantemente, eu olho a sorte e respiro
Agradeço a Deus por conhecer a irreverência e plenitude da amizade. " 

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