domingo, 8 de agosto de 2010

O bem Amado.

       Sem dúvida, uma das melhores ou a melhor sátira política até então transmitida pelo cinema brasileiro. De uma forma geral, a história vem ironizar a política da década de 60, quando foi transmitido pela primeira vez. No período, o Brasil vivia tempos confusos, com a renuncia de Jânio Quadros. Ele o fez acreditando que a população se manifestaria querendo sua volta ao poder. Esse golpe acabou se voltando contra ele,já que a população nada fez, e Jango acabou assumindo o poder. Na ficção, Odorico Paraguaçu com seus planos políticos e jogos de interesse, demonstra ao público que as vezes planos assim podem se voltar contra o seu articulador. Dono de um vocabulário mirabolante, ele tenta impressionar seus eleitores com expressões dificeis e que não existem, e assim acaba levando humor e carimbando sua marca registrada no filme. Puro Analfabetismo poliglota. E nas entrelinhas, revela o quanto os discursos políticos são todos iguais, com a mesma ênfase e até o mesmo timbre. Um típico filme de ironias e semelhanças com outros nomes politicos até dos dias atuais, Odorico chega ao fundo do poço, quando desvia verba da prefeitura para a construção de um cemitério, que passa dois anos sem ser inaugurado por falta de defuntos. Após tentar de tudo para encomendar um morto, e até importar um morimbundo, ele é que acaba inaugurando o próprio cemitério. Depois de tanta labuta, é assassinado o prefeito de Sucupira, pelo 'justiceiro/matador' Zeca Diabo. Após falcatruas, desvios de verba, superfaturamento de obras públicas, planejamento de assassinato, e outros crimes políticos, morre o então nomeado ' O Bem Amado', benfeitor de Sucupira. Um homem "honesto", "íntegro" e "Cheio de boas intenções".

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