quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Obsolescência Necessária

        Aqueles velhos costumes vão se tornando obsoletos. Até as roupas que aderiram o formato do corpo já estão fora de moda. E os pensamentos e desejos vão mudando de opinião. Porque tudo muda e tende a melhorar. E os velhos hábitos vão ficando fora do contexto diante de cada nova realidade. Agora eu sei que mudar é mais natural do que pensamos. É sutil, quase instantâneo. Somos eternas metamorfoses, buscando sempre algo mais colorido e atraente do que aquilo que possuímos. As coisas velhas, as roupas, os recortes de jornal e as fotos vão ganhando um lugar especial. Aquele lugar em que vamos quando queremos nos orgulhar do que um dia fomos. Porém, no presente, essas lembranças apenas coexistem. Elas não têm existência própria. Não há nenhum problema nas coisas tornarem-se obsoletas. Aliás, isso é necessário para dar lugar às coisas novas que se adequam melhor ao nosso presente. As velharias, quinquilharias e tralhas fazem parte de um mundo seguro que o tempo não dissolve, e é lá que devem permanecer, porque o mundo em transe é novo a cada novo amanhacer. E entre tantos mundos, o irreal salta aos olhos e o real é vivido a cada dia da semana.

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